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Mas como posso ir rever minha cidade
se nas ruas da saudade meus amores não verei?.
Se lá no alto, na casinha tão branquinha,
não está minha mãezinha, pois sem ela já fiquei.

"GERSON COUTINHO DA SILVA"



TIBAGI E E MILTINHO

TIBAGI E E MILTINHO

Biografia - Tibagi & Miltinho

Oscar Rosa, o Tibagi nasceu em São Paulo-SP no dia 30/06/1927; Hilton Rodrigues dos Santos, o Miltinho, nasceu em Goiânia-GO no dia 02/05/1941.

Tibagi formou de início uma dupla com Zé Mariano: a dupla "Zé Mariano e Tibagi", que gravou na Colúmbia três Discos 78 RPM, entre 1954 e 1956, com destaque para a Toada "Santa Cruz Da Serra" (Benedito Seviero - Biguá - Teddy Vieira).

Logo depois, Tibagi formou dupla com Pirassununga, com quem gravou em 1959 na RGE um único disco 78 RPM (10.186) com o Xote "Peão de Minas" (Zé Claudino - Anacleto Rosas Jr.) e a Canção Rancheira "Falsos Carinhos" (Benedito Seviero - Pirassununga). Lembrar que Pirassununga foi o primeiro nome artístico adotado pelo Compositor Oswaldo Franco, que também adotou o nome artístico de Junqueira, até que, a partir de 1968, ele adotou o nome artístico de Dino Franco pelo qual é conhecido até os dias de hoje.

O nome artístico escolhido por Oscar Rosa foi em homenagem à cidade homônima no Interior do Estado do Paraná.

Hilton, por outro lado, estreou profissionalmente quando contava 17 anos de idade, com seu estilo romântico, interpretando músicas em castelhano, na Rádio Nacional de Brasília-DF, cidade que, como se sabe, teve sua construção iniciada 4 anos antes de sua inauguração em 1960. Formou duplas com diversos parceiros até 1959 quando se mudou para a Capital Paulista.

E foi em 1960 na Paulicéia Desvairada que Tibagi e Miltinho se conheceram e formaram a nova dupla. No mesmo ano, Tibagi e Miltinho lançaram seu primeiro disco 78 RPM, pelo selo Sertanejo, com a guarânia "Sonho de Amor" (Benedito Seviero -Teddy Vieira) e a canção rancheira "Sem Teu Amor" ( Goiá - Comendador Biguá).

Em 1961, gravaram o tango "Taça da Saudade" (Miltinho - Benedito Seviero) e a rancheira "Amargura" (Miltinho - Benedito Seviero - Zeza Dias). No ano seguinte a dupla gravou a rancheira "Teu Casamento" (Salas - Sebastião Ferreira da Silva) e o huapango "Despedida" (Sebastião Vitor).

Conforme já foi mencionado na página dedicada aPedro Bento e Zé da Estrada, a Música Folclórica de outros países latinos também influenciou nossos ritmos, como por exemplo, a Guarânia Paraguaia que influenciou os ritmos de composições de Nhô Pai eMário Zan e, também não podemos deixar de mencionar, as diversas Guarânias Paraguaias, com versões para a Língua Portuguesa feitas por José Fortuna e que estouraram nas paradas de sucesso nas vozes de Cascatinha e Inhana.

Nessa fusão de culturas, Pedro Bento e Zé da Estrada, com seus trajes típicos e os característicos "Sombreros Mexicanos", fizeram, sem sombra de dúvidas, um "casamento harmonioso" da Música Caipira Brasileira com a Música Mexicana dos Mariachis (conjuntos típicos formados por 8 a 12 pessoas, com Cantadores, Violões, Trompetes e Chitarrones, que interpretam a Música Folclórica nas ruas de diversas cidades mexicanas, em ritmos tais como a Canção Rancheira e o Huapango).

Características Mexicanas como a instrumentação (uso de trompetes, por exemplo) e os "gritinhos dos Mariachis" (Ai, Ai, Ai... Hui, Hui, Hui... ), bastante comuns nas interpretações do mexicano Miguel Aceves Mejia, harmonizaram-se com a Música Raiz Brasileira, não só com Pedro Bento e Zé da Estrada, mas também com outras duplas tais como Belmonte e Amaraí e "Milionário e José Rico", esses últimos tendo gravado não apenas versões, mas também composições próprias nos Ritmos Mexicanos.

Sob esse prisma, Tibagi e Miltinho também estão entre as principais duplas ligadas à "renovação" e à "modernização" da Música Sertaneja, tendo introduzido Guitarras e Orquestras em seus arranjos, sem no entanto ferir o estilo. E, juntamente com os precursores Pedro Bento e Zé da Estrada, a dupla também é considerada como grande pioneira da fusão dos Estilos Sertanejos do Brasil e do México, o que pode ser notado, por exemplo, na interpretação de "Passarinho do Peito Amarelo" (Gorrioncillo Pecho Amarillo) (Tomáz Mendez - versão: Miltinho Rodrigues).

O estilo de Tibagi e Miltinho exerceu influência em várias outras duplas, dentre as quais, a já mencionadaBelmonte e Amaraí, além de Léo Canhoto e Robertinho e "Chitãozinho e Xororó".

Dentre seus diversos sucessos, merecem destaque "Cu Cu Ru Cu Cu Paloma" (Tomás Mendez), "Pombinha Branca" ("Vola Colomba") (C. Concina - B. Cherubini - versão: Miltinho), "Noite Fria" (Miltinho - Orlando Gomes) (a Música cujo trecho o Apreciador ouve ao acessar essa página), "O Apito do Trem" (Miltinho Rodrigues - Benedito Seviero), "Lembranças De Amor" (Miltinho Rodrigues - Orlando Gomes), "Voltei Coxim" (Zacarias Mourão), "Pé de Cedro" (Zacarias Mourão) e "Céu de Mato Grosso" (Orlando Ribeiro - Dino Franco), apenas para citar algumas.

E, no ano de 1970, a dupla se separou e Tibagi passou a gravar com Amarai (o mesmo que havia feito a excelente dupla com Belmonte). Miltinho por sua vez chegou a formar dupla com Belmonte e mais tarde seguiu carreira-solo com o nome artístico de Miltinho Rodrigues. Houve, portanto, a curiosa "troca total de duplas" entre Belmonte e Amaraí e "Tibagi e Miltinho" e foram gravados também alguns LPs pelas duplas "Belmonte e Miltinho" (foto à esquerda) e "Tibagi e Amaraí".

Tibagi também formou dupla com Niltinho, sendo que a dupla "Tibagi e Niltinho" gravou 4 LP's entre 1967 e 1978. Pouquíssimo se sabe sobre o parceiro Niltinho, mas, segundo e-mail enviado pelo ApreciadorCarlos Andrade, seu "Nome de Batismo" é Mauro Ozelim e ele residia em São Sebastião do Paraíso-MG. Alguns CD's de coletânea, lamentavelmente, contém "erros gráficos" que deixam dúvidas se a respectiva gravação foi feita pela dupla "Tibagi e Miltinho" ou "Tibagi e Niltinho".